Compositor: Ricardo Arjona
Guardou na mala um par de camisas, um chapéu
Sua vocação de aventureiro,
6 conselhos, 7 fotos, mil lembranças
Guardou na mala sua vontade de ficar,
sua condição de se transformar
No homem que sonhou e não conseguiu
Disse adeus com uma careta disfarçada de sorriso
E suplicou a seu Deus crucificado na prateleira
Que cuidasse dos seus
Y atravessou a fronteira como pôde
Se a lua desliza suave
por qualquer beirada sem nenhuma permissão
Porque o molhado (ilegal) precisa
Comprovar com um visto que não é de Netuno
O molhado tem vontade de se secar
O molhado está molhado
Por causa das lágrimas que nascem da saudade
O molhado, o indocumentado
Carrega o fardo que o legal
Não carregaria nem obrigado
A grande necessidade de um papel
Lhe tornou um fugitivo
E não é daqui porque o seu nome não aparece nos arquivos,
E nem de lá porque se foi
Se a lua desliza suave
por qualquer beirada sem nenhuma permissão
Porque o molhado (ilegal) precisa
Comprovar com um visto que não é de Netuno
Molhado
Tem gosto de mentira sua verdade
Tem gosto de tristeza a ansiedade
De ver uma rodovia e sonhar
Com a calçada que vai até sua casa
Molhado,
Molhado de tanto chorar
Sabendo que em algum lugar
Te espera um beijo em pausa
Desde o dia em que ele se foi
Se a lua desliza suave
por qualquer beirada sem nenhuma permissão
Porque o molhado (ilegal) precisa
Comprovar com um visto que não é de Netuno
Se o visto universal se extende
Do dia em que nascemos
Terminando com a morte
Porque te persiguem molhado,
Se o consulado dos céus
Já te deu permissão